Crítica e documentação sobre os depoimentos de vítimas da Ditadutra Militar no Brasil
Documentação
O vídeo é um compilado de 6 depoimentos de vítimas e opositores a Ditadura Militar no Brasil, sendo que os 5 primeiros são descrições dos métodos de tortura sofridos, contados pelas próprias vítimas, dentre as quais existiam militantes e parentes de militantes, e o último a descrição do modo de atuação da militância contra a Ditadura Militar no Brasil, contado por um militante.
Esse compilado foi postado no youtube em 2014 e é acessível através do link https://www.youtube.com/watch?v=L-u7-mq_U48.
Os depoimentos presentes no vídeo foram coletados para a produção da novela “Amor e Revolução”, da emissora SBT, entre 2011 e 2012.
A novela abordava justamente a Ditadura Militar no Brasil e os depoimentos seriam transmitidos no final de cada capitulo, o que não ocorreu. Posteriormente a emissora disponibilizou os depoimentos para livre acesso.
Crítica
Os depoimentos presentes no vídeo refletem o ponto de vista do que foi a Ditadura Militar no Brasil para os opositores ao regime.
Ao assisti-los é possível comparar alguns termos que são utilizados como equivalentes, porém, possuem graus de detalhamento diferentes e significados distintos, como tortura e interrogatório, vigília e repressão, luta e subversão.
É possível perceber muita mágoa nos relatos dos torturados, é visível que sofrem até hoje com os traumas físicos e psicológicos.
São contados diversos métodos de torturas sofridos por eles sendo perceptível a parte técnica e quase científica por parte dos torturadores, como se fossem uma “máquina de fazer sofrer”, sem dor, sem remorso e sem parar.
Também é contado como era a resistência da luta armada. Assaltava-se bancos beneficiários do regime para conseguir dinheiro, e roubava-se armas de oficiais.
Haviam sequestros de oficiais também, dos quais a liberdade era trocada pela liberdade de presos políticos.
Ouvindo os relatos era perceptível a impotência da população em relação às decisões do regime.
Se acreditassem que alguém obtinha alguma informação valiosa para o regime, essa pessoa era presa e torturada, obtendo ou não tais informações.
Não haviam julgamentos oficiais, não haviam direitos e liberdades individuais e haviam meios escusos para levar alguém para uma delegacia ou para a tortura, como implantação de provas, se fosse do interesse de algum oficial.
Sabe-se que boa parte da população brasileira apoiou o golpe e foi para as ruas na Marcha com Deus pela Liberdade e posteriormente aclamou pela volta da democracia e dos direitos individuais.
Analisando esse contexto e confrontando-o com o contexto do Brasil atual, podemos fazer uma analogia com a apologia à homofobia, à intolerância e ao porte de armas.
As apologias do governo atual podem ser encaradas como uma releitura do que houve durante a Ditadura Militar no Brasil, afinal sabe-se que as minorias ainda são vítimas do estado, porém, em um grau menor devido às conquistas de direitos.
Hoje percebemos um movimento que deslegitima a luta e as conquistas das minorias sociais. É preciso analisa-lo com cautela, pois quase tudo se origina por movimentos sociais.
Como em 64, tivemos movimentos sociais que foram ao encontro do golpe e posteriormente teve como resultado as desumanidades citadas, hoje precisamos ter cuidado com o que desejamos.
Essas reflexões afloradas pelos relatos são muito importantes para oferecer aos que não sabem, o alerta aos perigos do conservadorismo extremo e do totalitarismo.