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  • Foto do escritorGiulio Telles

Memorial da Resistência de São Paulo - Crítica e documentação

Crítica e documentação sobre a visita ao Memorial da Resistência de São Paulo

 

Documentação

O local onde encontra-se atualmente o Memorial da Resistência de São Paulo foi construído originalmente a fim de ser o principal meio administrativo da Associação Central e da Estrada de Ferro de Sorocaba e o foi até 1983.

Em 1940 o local passou a fazer parte do Departamento Estadual da Ordem Política e Social de São Paulo, o DEOPS-SP e continuou sendo até 1983, quando ouve a extinção geral do órgão.

Depois disso, o local virou a Delegacia de Direito ao Consumidor, DECON, passando em 1997 da gestão da Secretaria da Justiça para a gestão da Secretaria da Cultura.

Em 1999 a construção foi tombada e revitalizada, processo que teve termino em 2002. Sob os cuidados do Espaço Pinacoteca, o local passou a se chamar Museu da Liberdade, porém, em 2008, depois de mais reformas, passou a ser chamado de Memorial da Resistência de São Paulo.




Crítica

O Memorial da Resistência de São Paulo, onde era o antigo Departamento Estadual de Ordem Política e Social do Estado de São Paulo (DEOPS-SP) durante a Ditadura Militar no Brasil, é um espaço destinado às memórias da repressão política e policial durante o período, além de homenagear aqueles que morreram lutando pela democracia.

O local apresenta ainda as celas nas quais eram mantidos os presos políticos, porém, sabe-se que o local foi reformado em 2008.

Em uma das celas é possível observar que há escritos que foram feitos por presos políticos. Mesmo sendo observável escritos que iam contra a Ditadura, o fato de ter havido uma reforma em 2008 gera dúvida em relação entre o que é mostrado e o que o estado de São Paulo tentou apagar da história, como por exemplo datas e nomes.

Um exemplo triste disso, que gera uma dúvida angustiante, é o fato das celas nas quais as mulheres eram presas terem sido completamente demolidas.

Durante a Ditadura Militar no Brasil havia muita repressão sexual, pois pregava-se a monogamia, a heteronormatividade e a submissão da mulher em relação ao homem. Portanto, qualquer pessoa que fugisse desse padrão comportamental era subjulgado pelo Estado, incluindo a população LGBT e mulheres que lutavam por seus direitos individuais.

Em outra cela há uma rosa sob um foco de luz e é reproduzido um áudio com depoimentos de cinco presos políticos. Em um deles, entre outras coisas, conta a história de uma mulher que foi espancada até perder a consciência, a ponto de todos acreditarem que estivesse morta. Ela sobreviveu, mas muitas outras mulheres não sobreviveram.

A demolição das celas femininas torna menos vivas as memórias em relação às repressões sexuais que existia na época, porém, ainda é possível ter noção do requinte de crueldade daquele sistema.


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