Documentação e crítica baseados na introdução do livro O Tempo e o Cão
Documentação
O livro, cujo projeto data desde o final de 2004, foi escrito por Maria Rita Kehl, entre outras coisas, uma psicanalista, e aborda o tema “Depressão” sobretudo na contemporaneidade. Nele a autora fez diversas analises sobre o tema com embasamento em Walter Benjamin, Peter Pál Pelbart e Sigmund Freud, diferenciando melancolia de depressão, apresentando o conceito de sintoma social, e citando exemplos de como isso se aplica na realidade.
Crítica
A autora explica as possíveis origens da depressão, não somente do ponto de vista individual, nem somente sobre a ótica social, mas correlacionando o indivíduo à sociedade a qual ele se insere.
Explicando isso, ela aborda o conceito de sintoma social, que se refere, assim como um indivíduo que não consegue simbolizar seu trauma, dito inconsciente, a uma sociedade que o faz de maneira semelhante.
Partindo disso ela também explica que, assim como um indivíduo que reprime uma lembrança traumática, uma sociedade pode se comportar de maneira semelhante, gerando também efeitos destrutivos.
Para explicitar tudo isso, a autora recorre a referencias como o Holocausto e a Ditadura Militar no Brasil, que seriam sintomas sociais que geraram experiências traumáticas. O recalque, as tentativas de esquecer o trauma desses eventos também produziram outros sintomas sociais também destrutivos, inclusive a volta daquilo que se tenta esquecer.
É possível concluir com a leitura da introdução, que a autora compartilha da ideia de que, assim como o indivíduo precisa revisitar seus traumas para supera-los, a sociedade também precisa fazê-lo, afinal, somente somos indivíduos singulares enquanto pertencentes a uma sociedade ou contexto social.